quinta-feira, 30 de outubro de 2014


              Relações raciais entre homossexuais no Brasil Colônia.

          No Brasil a duas constatações importantes feitas por esse precursor dos estudos sobre homossexualidade em nosso país. A maior parte abordando o completa problema homossexual sob a lente da medicina legal, da criminologia, da psicopatologia e em bem menor numero e só recentemente, sob a perspectiva da psiquiatria, da historia, da antropologia social. Felizmente que o obscurantismo e homofobia começa ceder lugar a razão e a verdadeira ciência. 
As vésperas da descoberta do Brasil as ordenações Afonsinas, alem de condenarem o homossexualismo com pena de morte, o pecado a sodomia e não é acha do outro tão aborrecido ante Deus e o mundo, com ele, sendo a causa do Dilúvio universal.
          Embora homossexuais não implique obrigatoriamente assumir comportamentos, ocupações ou trejeitos do outro sexo e a quantidade de homossexuais famosos do passado e presente que brilharam como militares e uma prova incontestável deste enunciado.
Se para as uniões oficiais tal tendência parece ser dominante, para as uniões livres o mesmo autor reconhece que a regra diminui nitidamente. Os aspectos marcantes das relações nefandas entre a população de cor da Bahia Colonial, a primeira observação refere se a existência de uma relação estável entre sodomitas da mesma raça e de igual situação jurídico-social, trata se de dois índios escravos, moradores da Bahia de todos os santos.
           Os sodomitas de cor, menos informados do perigo da Inquisição, eram mais ousados, chagando a vestir se a caráter, vivendo publicamente amancebados, outros não acreditavam que pudesse ser efetiva a ação do santo oficio.   Evidentemente que não considero o homossexualismo  como  ferida, muito menos como anormalidade, perversão, pecado, imoralidade outras. As ciências feitas apenas pelos cidadãos normais, onde ate hoje explica o homossexualismo como decorrente de uma inflamação de certa glândula. No Brasil Colonial tem exatamente essa finalidade de resgatar a historia secreta de um segmento social ate entao estigmatizando, escondido. Resgatar o passado de milhares de homens e mulheres cujo direito a historia foi ate entao negada.



          Ainda vivemos em uma sociededa heterossexista e homofobia. Se a  pessoa  resolver falar ela corre o risco de perder ate mesmo seu emprego em muitas vezes ela   ate mesmo  pode ser agredida por falar sua opçao sexual.   Hoje em dia, na sociedade em que estamos vivendo,  é  fácil  falar deste assunto,o difícil são as pessoas aceitarem a homossexualidade de uma pessoa. Podemos observar nas escolas e trabalhos quando uma  pessoa resolver falar com clareza sobre sua sexualidade. Ela se torna vitima de agreçoes e ate mesmo de comentarios desagradaveis.

A ambiguidade da moral colonial: Casamento, sexualidade, normas e transgressões. 



Casamento, Sexualidade, temas que até hoje continuam a ser discutidos e normados,podemos ver esses temas como muito importantes na época colonial, apesar de já se passarem seculos desde o fim da colonia, e até mesmo do império, podemos notar características desta época na nossa sociedade atual.
            O poder da igreja sobre a forma de vida colonial é algo no minimo impressionante, já que a mesma tinha um poder de dominação muito visível sobre a nobreza, consecutivamente sobre os colonos. O casamento e sexualidade são duas ações que foram taxadas pela igreja, foram criadas normas para regular essas ações.
            Essa regulamentação legal, eram leis, puniam os que transgredissem as regras do casamento, e o ato de sexualidade, essa punição era severa. Punições essas que variavam de acordo com a classe social, ai começa a divisão social que existe até os dias atuais,apesar das lutas por igualdade, entre brancos e negros, homens e mulheres.
           A Igreja julgava os crimes de cunho religioso de forma rígida, ser casado nas regras da igreja, tornava os homens mais respeitados socialmente falando, o casamento era a busca pelo reino do céus, e a fuga dos pecados carnais. Um exemplo de crime religioso é o adultério, que tinha formas diferentes para julgar o homem ou a mulher, sexualidade fora do casamento também era considerado crime.
           Analisando o contexto atual, podemos notar que o casamento ainda tem uma relevância social, afinal, apesar de os tempos passarem, ainda existem pessoas conservadores, que tem o valor de família como o da colonia. Esses vestígios coloniais ainda causam um retrocesso na forma de entendermos a família, afinal, família não é mais um homem, uma mulher e filhos, não é mais esse conceito colonial. É necessário deixar para trás esses conceitos coloniais, e pensarmos no atual momento, criar um conceito de moral novo, que não é imposto por uma religião, ou uma elite.

Inquisição e Homossexualidade na Colônia

          Inquisição e Homossexualidade na Colônia visa analisar como se davam as práticas homossexuais e a atuação do Tribunal do Santo Ofício durante o período colonial, onde a sodomia era considerada um pecado.
      Antes da primeira visitação do Tribunal do Santo Ofício chegar ao Brasil, quem interferia em julgar casos com os praticantes da sodomia eram os capitais donatários, fora um período marcado de intolerâncias para com estes. Após sua chegada, o Tribunal em muitos casos interferia na vida dos habitantes, principalmente nas práticas sodomíticas, nas quais a população tinha seus bens confiscados pelo Tribunal, ou até mesmo em provar ou não sua inocência. No que diz respeito aos populares estes se sentiam incomodados com as exposições dos Homoeróticos caracterizados por aqueles que invertiam seu papel sexual, se vestiam e portava-se ao sexo oposto, a Inquisição utilizava-se de diversos recursos para punir esses indivíduos, como e inclusive a morte na fogueira, ocorrido em regiões da Europa exceto no Brasil. Também era possível observar de que forma tais indivíduos praticavam atos nefandos e as relações que possuíam entre si, muitos se utilizavam o prestígio social para fazer com que outros, no caso os escravos, lhes satisfizessem os desejos sexuais, oque era tão proibido e condenado pela Igreja Católica, porém até mesmo os padres e demais membros da igreja eram em grande parte adeptos a tal prática, chegando a corresponder 1/3 destes, as denuncias contra os padres eram constantes assim como seus envolvimentos com habitantes da colônia, em muitos casos não era viável que os condenassem ou punissem pelo fato da escassez de sacerdote, pois a igreja poderia ficar sem os seus ministros. A mesma Igreja, juntamente com o Tribunal do Santo Ofício teve dificuldades em julgar alguns casos como as mulheres nefandas, estas eram menos visíveis que os homens frente à sociedade, pois, se a mulher não possuía um pênis para caracterizar o ato, como poderia então, esta ser acusada? Alguns teóricos afirmaram que para a realização de tal prática as mulheres utilizava-se de instrumentos de couro, vidro, madeira dentre outros, por esse motivo no período colonial foram poucos os registros sobre os casos de sodomia feminina. Em 1646, a Igreja e o Tribunal decidem com relação a essas mulheres, excluir da lista de pecados a sodomia feminina, e mesmo com toda perseguição sofrida estas sofreram menos que os do sexo oposto. Para os indígenas, certas praticas estavam dentro da realidade, eram aceitas e menos discriminadas do que entre os brancos, negros, mulheres e sua sociedade.
         A explicação deste fato se dá a partir da chegada dos Portugueses no Brasil, segundo Luiz Mott, os portugueses se depararam com a opção sexual de alguns índios e as relata a Coroa. Já para o padre Manoel da Nóbrega os índios do Brasil cometem pecados que clamam aos céus, e por serem cristãos vivem em seus bestiais costumes. Estes indivíduos eram denominados pela Igreja Católica, como Somíticos, Timbira, e Jimbanda, ou seja, brancos, índios e negros respectivamente.
       Em alguns casos as práticas de sodomia ocorriam às escondidas e dependendo da situação ocorriam em público uma vez que a vida na Colônia possuía uma realidade oposta a da Metrópole onde lá eram rigidamente mais fiscalizados. As necessidades principalmente a financeira, muitas vezes levava esses indivíduos a determinação submissão e a praticar a sodomia em troca de favores materiais, além da violência sexual sofrida, as físicas também eram constantes, e muitos destes viam na fuga uma maneira de libertar-se de tais sofrimentos, e nas denuncias um modo para vingar-se de seus senhores carrascos e molestadores.

      A partir da visitação do Tribunal do Santo Ofício, no final do século XVI a XVIII no Brasil, pudemos verificar como este processo causou intensa agitação nos habitantes locais, bem como a Igreja Católica em orientar sua população a respeito das práticas de sodomia, ao julgar e punir estes que cometessem tal ato. 

domingo, 5 de outubro de 2014


RACISMO E SEXISMO NA CULTURA BRASILEIRA 

     A "era escravocrata" no Brasil deixou várias sequelas em nossa sociedade. Tantas, que nos perguntamos quando e se vamos superá-las. 
     A mulher negra, ainda hoje, é vista com desprezo, como objeto sexual, e é sujeitada a trabalhos domésticos em condições mínimas de dignidade. Assim como no século XVIII em que assumia o papel de mucama na casa dos senhores brancos, fazendo todas as tarefas da casa, cuidando dos filhos dos senhores e ainda atendendo às vontades espúrias do senhor. Eram discriminadas, não serviam para a constituição de uma família ou contração de matrimônio, apenas para o concubinato, mesmo sendo educada e bem vestida. Um raro exemplo do contrário é Chica da Silva, mulata, que foi assumida e casou-se com um branco contratador dos diamantes e alcançou o prestígio e as regalias das senhoras brancas. 
Mucama amamentando filho do senhor.
     A mucama de ontem é a doméstica de hoje. A que carrega a família e os afazeres de uma casa nas costas e ainda não alcança o reconhecimento. A maioria não cede às "investidas" dos "senhores" mas nem por isso deixa de ser vista como objeto sexual, tendo seu corpo desejado e até violado. Desde sempre, cuidam dos filhos dos outros, verdadeiras mães pretas, que ensinam falar, andar e praticamente formam-os cidadãos. É com base nesse fato que me atrevo afirmar: todos somos negros!
     Infelizmente o espaço cedido à mulher negra na mídia é através do seu corpo. Seja no carnaval desfilando em escolas de samba, como a "grande Globeleza", estampando revistas masculinas ou nas tele-novelas e séries, quando é representada como doméstica, suburbana ou "escravas do sexo". 
    Mas é preciso mudar essa quadro. As mulheres, em geral, não podem se manter submissas a essa sociedade machista e desigual. No entanto, as negras são ainda mais afetadas, por serem mulheres e ainda negras e precisam assumir uma postura ativa. Lutar pelo combate ao racismo e ao sexismo, afinal, a era do concubinato acabou e o corpo é seu! 

     


     
 

Relações raciais e a representação da mulher negra


      A sociedade brasileira foi constituída, essencialmente, com base no sistema escravocrata. No entanto, a escravidão não pode ser a única responsável pela discriminação racial, pela desigualdade racial e pelo racismo na sociedade brasileira.
     A cor é apontada como marca racial que exprimiu simbolicamente e fisicamente a distância entre as duas camadas sociais.O elemento cor, além de indicar uma desigualdade social, passou a apontar a supremacia dos brancos e a inferioridade moral, mental e social dos negros. Assim, subsistiram representações e estereótipos associados à cor e às diferenças raciais que sustentam preconceitos e discriminações. Essas representações são percebidas na literatura, nos livros didáticos, nos ditados populares, no folclore brasileiro e em outras esferas da cultura, identificando o negro como subalterno, mal educado e objeto de piedade e de proteção do branco.
     As desigualdades entre brancos e negros no Brasil se explicariam pela diferença nas chances de progresso pessoal, e a diferença de renda se deveria às desigualdades no mesmo extrato social.

     Todas as condições sociais, econômicas e políticas, no período de transição para uma sociedade de classes, visavam manter a distância entre o branco e o negro. Sendo assim, tudo o que ocorra nos dias atuais em relação ao negro, que possa parecer fruto de preconceito e discriminação, tem que ser analisado à luz das condições histórico-sociais, que preservaram as estruturas elaboradas sob o regime escravocrata.
          Entretanto, já é passada a hora de abandonar essa política de preconceitos e se "filiar" ao partido anti-racista. 

O negro é lindo, ser diferente é lindo! 



DE MATRIZ AFRICANA: O PAPEL DAS MULHERES NEGRAS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA




          A mulher negra desde cedo já estava contribuindo para a formação da sociedade, quando por sua vez estava cuidando e amamentando os filhos dos sinhozinhos, pois mesmo sendo negras tinham sentimentos que fariam muito bem para as crianças.
          Temos dois textos a ser refletido o primeiro: Negras, Mulheres, Mães – Lembranças de Olga do Alaketu, de Teresinha Bernardo e o segundo: “Mães de santo e mães de tantos” de autoria de Rita de Amaral.
          Nos dois textos retrata sobre a conquista da mulher com o passar do tempo, mesmo com as dificuldades e obstáculos encontrados pela frente.
Nas sociedades ocidentais as mulheres cabiam tradicionalmente o espaço domestico, não podendo o cumprimento da vida publica, podendo somente o cumprimento da obrigação de casa e o cuidado de seus filhos. Já na sociedade africana a mulher ocupava um espaço na divisão do trabalho, mesmo aceitando o seu marido a se casar com varias mulheres. Sendo assim o homem morava com a favorita e as demais moravam entorno a casa dele, com isso a mulher tinha sua independência proporcionando o gerenciamento da sua casa, da sua vida e de seus filhos.
          Na sociedade tradicional ioruba as mulheres eram mais favorecidas  ocupando o espaço publico com a mesma habilidade com o domestico, que ate conseguiam lucrar com os negócios do marido.
          Na sociedade africana o domínio era feminino, frequentavam o mercado, onde era o lugar de negócios. Não somente o mercado e a casa, a politica e a administração publica era o lugar de mulheres com capacidade de administrar os negócios. O transito publico e privado não só eram livres como eram a base da identidade das mulheres.
           A independência da mulher foi tão importante para a formação de grupos familiares: a matrifocalidade, que por sua vez e um conceito que qualifica um grupo domestico centrado na mãe, estando o pai frequentemente ausente ou detendo apenas um papel secundário. Apesar de que a matifocalidade ter a diferenciação para as mulheres negras e brancas. Para as brancas era vivencia sofrida e para as negras era satisfação e autonomia.

          Por fim não podemos negar que a mulher negra tem sim sua capacidade e seu conhecimento diferenciado e com muito valor na formação da sociedade. Com tudo isso que a mulher foi capaz e esta sendo, não podemos jamais julgar pela sua cor ou por ser somente mulheres.


 Mulher Negra

I
Do tempo das amas-de-leite,
das senzalas e mucambas,
Aind’há quem te desfeite,
(Do tempo das amas-de-leite)
quem deboche teus enfeites,
e te faça a vida tirana
Do tempo das amas-de-leite
das senzalas e mucambas.

II
Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor,
é lutar e sobreviver.
Ser mulher e, negra, também ser,
é por duas sempre valer,
é desdobrar o seu valor
Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor.

III
É guardar dentro do peito,
o grito da liberdade,
qual o mais doce confeito.
É guardar dentro do peito,
a esperança dum mundo feito
de paz e igualdade
É guardar dentro do peito,
o grito da liberdade.

IV
É ser sempre a guerreira,
vencendo obstáculos,
e tomando a dianteira.
É ser sempre a guerreira,
e vencer, à sua maneira,
desta vida os percalços
É ser sempre a guerreira,
vencendo obstáculos,

V
Mulher negra, negra mulher,
fica aqui esta homenagem,
de um poetinha qualquer.
Mulher negra, negra mulher,
venha o tempo que vier,
és sinônimo de coragem.
Mulher negra, negra mulher,
fica aqui esta homenagem. 

Jorge Linhaça