DE MATRIZ AFRICANA: O PAPEL DAS MULHERES
NEGRAS NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA
A mulher negra desde cedo já estava
contribuindo para a formação da sociedade, quando por sua vez estava cuidando e
amamentando os filhos dos sinhozinhos, pois mesmo sendo negras tinham
sentimentos que fariam muito bem para as crianças.
Temos dois textos a ser refletido o
primeiro: Negras, Mulheres, Mães – Lembranças de Olga do Alaketu, de Teresinha
Bernardo e o segundo: “Mães de santo e mães de tantos” de autoria de Rita de
Amaral.
Nos dois textos retrata sobre a
conquista da mulher com o passar do tempo, mesmo com as dificuldades e
obstáculos encontrados pela frente.
Nas sociedades
ocidentais as mulheres cabiam tradicionalmente o espaço domestico, não podendo
o cumprimento da vida publica, podendo somente o cumprimento da obrigação de
casa e o cuidado de seus filhos. Já na sociedade africana a mulher ocupava um
espaço na divisão do trabalho, mesmo aceitando o seu marido a se casar com
varias mulheres. Sendo assim o homem morava com a favorita e as demais moravam
entorno a casa dele, com isso a mulher tinha sua independência proporcionando o
gerenciamento da sua casa, da sua vida e de seus filhos.
Na sociedade tradicional ioruba as
mulheres eram mais favorecidas ocupando
o espaço publico com a mesma habilidade com o domestico, que ate conseguiam
lucrar com os negócios do marido.
Na sociedade africana o domínio era
feminino, frequentavam o mercado, onde era o lugar de negócios. Não somente o
mercado e a casa, a politica e a administração publica era o lugar de mulheres
com capacidade de administrar os negócios. O transito publico e privado não só
eram livres como eram a base da identidade das mulheres.
A independência da mulher foi tão importante
para a formação de grupos familiares: a matrifocalidade, que por sua vez e um
conceito que qualifica um grupo domestico centrado na mãe, estando o pai
frequentemente ausente ou detendo apenas um papel secundário. Apesar de que a
matifocalidade ter a diferenciação para as mulheres negras e brancas. Para as
brancas era vivencia sofrida e para as negras era satisfação e autonomia.
Por fim não podemos negar que a
mulher negra tem sim sua capacidade e seu conhecimento diferenciado e com muito
valor na formação da sociedade. Com tudo isso que a
mulher foi capaz e esta sendo, não podemos jamais julgar pela sua cor ou por
ser somente mulheres.
Mulher Negra
I
Do tempo das amas-de-leite,
das senzalas e mucambas,
Aind’há quem te desfeite,
(Do tempo das amas-de-leite)
quem deboche teus enfeites,
e te faça a vida tirana
Do tempo das amas-de-leite
das senzalas e mucambas.
II
Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor,
é lutar e sobreviver.
Ser mulher e, negra, também ser,
é por duas sempre valer,
é desdobrar o seu valor
Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor.
III
É guardar dentro do peito,
o grito da liberdade,
qual o mais doce confeito.
É guardar dentro do peito,
a esperança dum mundo feito
de paz e igualdade
É guardar dentro do peito,
o grito da liberdade.
IV
É ser sempre a guerreira,
vencendo obstáculos,
e tomando a dianteira.
É ser sempre a guerreira,
e vencer, à sua maneira,
desta vida os percalços
É ser sempre a guerreira,
vencendo obstáculos,
V
Mulher negra, negra mulher,
fica aqui esta homenagem,
de um poetinha qualquer.
Mulher negra, negra mulher,
venha o tempo que vier,
és sinônimo de coragem.
Mulher negra, negra mulher,
fica aqui esta homenagem.
Jorge Linhaça